Impressões

ESTRANGEIRO traz a experiência de estranheza e pertencimento de sua protagonista, num ir e vir da memória que encarna no que se vê o que se sente na banda imagética e sonora do filme, pela chuva que cai, pelos encontros, pelo tom do que se diz muito mais do que pelo que se fala. Como explicar a saudade, independente da língua?

Scheilla Franca

Curadora, XVII MOSTRA DO FILME LIVRE

Sobre a capacidade do cinema em estabelecer relações simbólicas com o mundo, chegamos a ESTRANGEIRO, cuja força vem de sua imensa poesia imagética e sonora. O filme precisa ser visto com todos os sentidos antenados e despertos ao nos mergulhar em um universo de sensações em vez de nos solidificar certezas. Leia mais…

Curadoria

III MOSTRA SESC DE CINEMA

O mergulho literal no mar de Tabatinga e nas reminiscências da personagem Elisabete me pegam pelo braço e me fazem viajar em tempos perdidos e distantes da minha memória. Super bem fotografado e bem conduzido. ESTRANGEIRO comove. Fico feliz pela força e vitalidade deste filme paraibano, sobretudo pela maneira como o diretor narra a sua história. Edson Lemos Akatoy não foi estrangeiro, foi mais nativo que muita gente.

Marcus Vilar

Cineasta

Um poema visual em preto e branco, ESTRANGEIRO é uma viagem para dentro da protagonista Elisabete, vivida por uma excelente Cecilia Retamoza e filmada com grande precisão nos detalhes. Edson Lemos Akatoy toma as rédeas da história criada de mãos dadas com Ana Aragão Batista. O ritmo lento nos faz mergulhar nas entranhas de sua heroína, em busca de uma memória que nos mantêm presos até o minuto final.

Curadoria

XII FESTIVAL DE ISLANTILLA (Espanha)

Ousado e corajoso, de enorme poder de sedução cinematográfica e uma diversidade de vozes narrativas que se entrecruzam, ESTRANGEIRO surge para nós com a força de uma fabulação aberta ao impreciso dos diversos modos de inquirir e olhar para o mundo, continuamente desdobrada dentro dos labirintos imagéticos e sensoriais do filme e de sua protagonista. Leia mais…

Roberto Riobaldo

Crítico

De estilo mais hermético e poético, ESTRANGEIRO utiliza uma belíssima fotografia em preto e branco como moldura de uma intrigante história de traumas e desencontros. Fragmentando o tempo linear, o longa cria um mosaico de lembranças esparsas da protagonista Elisabete, que aproveita o imprevisto de um voo atrasado para revisitar a casa onde passou a infância e a adolescência. Ali, ela tem algum espaço e algum tempo para repensar momentos que foram decisivos em sua vida, enquanto o espectador busca compor o fascinante quebra-cabeças de sons, imagens e sensações.

Celso Sabadin

Crítico, ABRACCINE

Narrativamente e esteticamente, ESTRANGEIRO flerta com o cinema de Terrence Malick, a exemplo de AMOR PLENO (2012). A fluidez com que a câmera explora a natureza e acompanha os personagens, a narração em off, o quebra-cabeça imagético, a trilha hipnótica, a fotografia arrebatadora, os cortes precisos. É um filme poético, sensorial, que nos leva a redimensionar o sentido das palavras: tempo, saudade e lembrança. E que tem na figura da atriz mexicana Cecilia Retamoza, um de seus grandes trunfos.

Sueyne Correia

Crítica, BANGALÔ CULT

A exuberante fotografia em preto-e-branco, as opções por uma câmera fluida que flutua pelo espaço, a rarefação narrativa, o gosto pela natureza e a adesão aos silêncios refletem uma dramaturgia que busca estabelecer um clima de sugestão absolutamente cinematográfico, que transpira a enorme solidão e o deslocamento de sua protagonista em uma paisagem interior preenchida por névoas e dúvidas. No turbilhão em que vivemos, me sinto tocado por esse gesto tão sincero e tão inesperado. ESTRANGEIRO é uma ilha no cinema brasileiro de hoje. Leia mais…

Marcelo Ikeda

Crítico, CINECASULOFILIA

Correto, bem feito, abissal, meio existencialista, meio metafísico, supondo refletir a temática da saudade, mas extremamente intimista, ESTRANGEIRO tem matizes oníricos e brilha nos flagrantes fotográficos da natureza bela das praias paraibanas. Feito com poucos recursos, tem o mérito de captar a beleza do lugar, o silêncio e a generosidade ecológica que os deuses concederam à região. O preto e branco respalda a proposta meio espectral, nostálgica, fantasmagórica. Bem nordestino, mas é de um outro Nordeste que o filme trata, longe desse insensato e miserável mundo. Leia mais…

Claudio Cardoso de Paiva

Professor e Crítico